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Sobre desapego e entrega

Alimentamo-nos com as certezas que tudo se consegue com luta, conquista, resiliência e auto-superação. No Yôga, a oitava norma ética escreve sobre tapas, a auto-superação. O yôgin deve observar constante esforço sobre si mesmo em todos os momentos. Esse esforço de auto-superação consiste numa atenção constante no sentido de fazer-se melhor a cada dia e aplica-se a todas as circunstâncias, sem fanatismo ou repressão. Tapas sempre foi o meu motor. Acredito que muito do que conquistei foi desse motor de arranque e desse leme de ambição. Com tanta coisa que saiu do esperado, colocamo-nos a questionar tudo, sobretudo padrões. Senti que mais importante que a a minha lealdade à minha auto-superação, foi o meu desapego às circunstâncias que me levaram para além daquilo que jamais sonharia conquistar. Nenhuma norma é mais valida que outra. É na sabedoria de lidar com a dualidade, que as usamos e abusamo-nos para nos tornarmos cada vez mais sábios. Sinto que a auto-superação serve sim, mas é limitada ao nosso universo conhecido. Porém, quando nos entregamos e desapegamos do resultado, o nosso universo se torna ilimitado.  A auto-entrega é um exercício de não possessividade. O desejo de conquistar algo está muito aquém do universo de possibilidades que existem para nós. É uma forma de amor. O desapego é uma espada que mata o medo. Sinto o sádhana (a prática do yôga) como a vida, um laboratório onde fazemos a alquimia acontecer…. descontraímos no final, mas na verdade, é nesta fase que a magia acontece, sobretudo quando não estamos à espera que ela aconteça. Com magia e muito amor, Sonia

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