Que a Primavera faça com os nossos corpos o mesmo que faz com as flores

Nos inicios nem sempre a perspectiva é a mais favorável, mesmo com as expectativas no banco dos suplentes.

Queremos tanto crescer, realizar sonhos, evoluir nos relacionamentos, fazer mais das coisas que fazem bem a alma e prematurizar futuros brilhantes.

Viciamo-nos nas histórias que queremos contar um dia.

E, de repente, nesta ansiedade de brilho faz-se luz nos instantes que trazem a simplicidade do belo. Pintar a vida com estas cores, azul céu e cinza clarinho.
O momento prevalece ao infinito, porque o infinito se faz deles, onde a vida se comunga, onde o caos convive com a tranquilidade fogosa. E nesse convívio íntimo podemos ser plenos.

Um ano pleno a todos.
21 Março 2023, 05:55h

Fluir, a nossa maior força

Quando a energia flui no corpo, a vida flui. É no fluir que encontramos a nossa maior força.

Sentir o corpo o centro metafórico do Universo, pois é dentro dele, e através dele que nos manifestamos. E o movimento, seja ele voluntário ou involuntário, como o do coração que se expande e contrai, são a sincronicidade do universo em nós que se manifesta como uma dança. A dança cósmica das estrelas em formato músculos ventriculares.

Aqueles que fluem como o Universo flui,
sabem que não precisam de nenhuma outra força.

A minha religião é a natureza

É bonito ter crenças, acreditar em algo, seja ele (para nós) banal ou incrível.

Mas assim que atribuímos o nosso destino a crenças, não nos comprometemos, pois se não nos compete, não nos responsabiliza.

Se observarmos atentos a natureza percebemos como lidar com nossos instintos, pois nada Nela prescreve dogmas, nem crenças codificadas, e nem livros sagrados. Mas as instruções estão lá prescritas: contemplando a lua, o sol, as estrelas, os voos dos pássaros, o retorno cíclico das estações, o balançar das folhas com o vento, o lento crescer das árvores.

[ilustração de Muhammed Salah]

O comportamento matriarcal naturalmente afasta qualquer forma definida e estática de espiritualidade. O caminho é uma experiência de auto-descoberta empírica e intuitiva. Nesse caminho não existem regras, não se trata de certo ou errado, existe apenas aprendizado. Nada do que se pode fazer liberta, nada do que se evita fazer liberta. Nós nascemos livres, nós já somos livres. Só temos que nos reconhecer e actuar na liberdade.

Não à igualdade de géneros

Vivemos numa sociedade machista, em vias de ser corrompida pelo femismo. Numa luta desmedida pela igualdade acabamos com a excentricidade de sermos tão diferentes, homens e mulheres.

Até alcançarmos o estágio evolutivo em que nos identificamos com a nossa essência, dissolvendo a nossa personalidade, convivemos connosco enquanto matéria do universo, e não como consciência pura. Até lá acredito que temos que comungar com a dualidade. Temos o Sol e a Lua, os protões e os electrões, temos o aspecto feminino e o aspecto masculino.

E essa tensão é necessária, vital, para que a vida aconteça, não necessariamente no aspecto genético da criação, mas no sentido evolutivo e de co-criação.

Um homem nunca é tão viril até ao momento que integra o seu feminino: Torna-se felino, intuitivo e incitador.

Uma mulher nunca é tão mulher até integrar o seu masculino: Ela se torna livre, vibrante, mágica e apaixonada
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Diane Bellego

Estamos aqui para nos manifestarmos [conviver com os opostos, fora e, sobretudo, dentro de nós] e muito mais do que ter química, é ser alquimia.

Essência

Felicidade. Não existe pílula magica. 
Existe uma jornada de auto-conhecimento que, aos poucos, permite aflorar a expressão única do que somos e descobrirmos de que somos feitos. Isso, para mim, hoje, é felicidade no seu estado mais puro.

Adoro pulseiras, cada uma tem uma história… um sitio que visitei, uma pessoa… e muito do que sou.
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🌳a minha conexão com a terra, as minhas raízes e os fundamentos da minha existência. Como coexisto com o planeta, como simbioticamente contribuo, mas também como conto com ele para me alimentar: o que como, o que bebo e o que respiro
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🌊o mar, H2O na sua forma mais bela e poderosa
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🎼 a música, o rock, e quase tudo que saia de uma pauta, que alimenta e embala a ordem natural de todas as coisas vivas: o movimento e a dança
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🌠✨e asas, a liberdade (de ser-se o que é) e de saber que se pode voar, sem asas nas costas, mas com um corpo forte e uma mente leve.

Coisas que se passam quando estas vivo: Islândia

Este início de ano realizei um sonho antigo. Prematurizei o ano e resgastei cenas maduras, daquelas que fazem bem à alma: fiz um “check” na lista. Fui passear na Islândia.

As minhas concretizações passam muito pelas viagens. Sou uma viciada em viagens, na natureza e em algumas pessoas.

Tudo se reuniu favoravelmente e la fui laurear estrada fora.

A Islândia é conhecida pela terra do do gelo e do fogo. Tudo é feito de vulcão, as estradas, as casas, as montanhas, os caminho de chamas parecem que estão prontos a eruptir, não fosse o gelo que se se impõe, amistoso à gravidade.

A experiência mais louca foi a de caminhar num glaciar. É como caminhar na história geológica. Tal qual quando olhamos para as estrelas e sabemos intelectualmente que a luz que recebemos não é real, não existe agora, mas existiu à uns bons milhares de anos. Caminhar em 30 metros de profundidade de história, que ficou lá guardada, como uma história bonita que fica guardada num livro.

Por entre o gelo conseguimos ver caminhos de chamas, cinzas de outroras erupções vulcânicas, guardadas em cápsulas criogênicas, que gelaram em câmera lenta, que nem incontinência solta.

Foram dias que me senti protagonista de um filme sci-fi, asfalto fora, em um outro planeta, de paisagens futuristas. Parecia que a qualquer momento podia sair uma personagem, naquelas montanhas, das do Senhor dos Anéis. Uma terra cheia de seres inteligentes que resgataram a vida nas cavernas, porque viver com uma natureza tão brutal demanda força e resistência.

Tudo está pintado com as minhas cores de eleição: cinza e azul. Tudo tem simbiose, é como que as leis da natureza fizessem jus ao seu próprio caos, e se exacerba-se, numa tranquilidade fogosa. O fogo furioso dos vulcões inerte no iceberg, como se fosse um gelado gigante. O Fogo que salta em ritmos sintonizados pelo chão, numa gravidade futurista, para mostrar que existe harmonia na polaridade dos opostos. O fogo convive com o gelo, e podem, e são felizes. E eu, também, fui lá muito plena e feliz.

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