Exibimo-nos ao mundo como seres dotados de tantas habilidades e de vidas adornadas de tanta beleza.
No entanto, para quem se observa por dentro [com coragem] defronta-se com uma realidade inescapável: somos tao imensuravelmente sublimes quanto incessantemente carentes de confiança.
Para quem tem a sorte das oportunidades e humildade, entenderá, no devido tempo, que sabemos muito pouco da vida e sobre quem somos.
[Em “Assim falou Zaratustra”, Nietzsche trabalha, entre outras coisas, a superação dos preconceitos morais, do medo e do apego por tudo aquilo que é imposto por supostas verdades.]
Apegamo-nos ao conceito moral da “evolução” como se não fossemos o suficiente, e caímos num marketing de consumo “espiritual” como se nunca fossemos bons o suficiente. Infindavelmente sentimos que nos falta algo.
Nós já somos tudo o que precisamos ser agora.
Mostrarmo-nos ao mundo tal qual somos. Honrar a nossa vida e tudo o que acontece nela, sem nos apegarmos aos factos, e observando tudo como testemunhas tal qual uma criança curiosa no mundo. A vida é [só] uma experiência.
Só assim podemos ser um espírito livre.
Só assim engrandecemo-nos. Tornamo-nos Deuses e Deusas, enquanto humanos perfeitamente imperfeitos.