Somos consciências eternas a viajar num corpo humano efémero. Questiono-me qual será o propósito colectivo da existência humana. Evolução talvez seja o que salta instintivamente, mas ‘conexão’ ressona-me mais à verdade. Buscar evolução pressupõe o princípio que ainda não somos o suficiente, e nunca estaremos prontos, ou inteiros. Mas tudo me leva para a verdade que somos tudo o que precisamos ser, e o caminho é o resgate do que somos em essência, re-descobrindo a potência que naturalmente sempre fomos e já somos. E o ser expressa-se num corpo. Precisamos voltar a ele. É urgente.
É neste corpo, que nos leva para todo o lado, que nos esquecemos de voltar aos nossos lugares mais íntimos.
É nos contornos desse corpo que desenhamos a nossa história, desde a ancestralidade do DNA , até às memórias que construo hoje, aqui. É neste corpo que a vida acontece e estar conectado com ele, numa relação íntima, é o estado natural de ser. É urgente.
Dentro deste corpo, brilha a chispa divina de vida. Nascemos de um orgasmo. Isso deveria dizer muito sobre a nossa vida. Não estou a falar de sexo, estou a falar de vida. A Natureza tudo sabe. E seriamos bem mais perspicazes se fossemos mais cientistas da natureza, observando-a com curiosidade.
O nosso corpo foi feito para ter prazer. Todo o nosso corpo é sensorial. Em profunda presença no corpo, erguemos as profundezas da nossa essência, que nos conduz ao êxtase divino da pura consciência. Neste fogo sagrado aquecemos a chama da nossa alma, tornamos a nossa existência humana pura e bela onde os mistérios da vida são revelados.
Sempre esperamos o êxtase, e experiências transcendentais com o outro. Só que roubamo-nos esse poder, e colocamos o “peso” dessa missão no outro.
O nosso Corpo é um privilégio e todo ele é desenhado para o prazer. É incoerente experienciar a vida que não seja dessa forma prazeirosa. Como te delicias no corpo? Como o escutas tal qual recitas um poema? Como o moves naquela dança e com aquela música? Como o respeitas, em nutrição de alimentos e emocionalmente?
Como te emocionas com o pulsar do teu coração? Sentes que tens um coração? Não falo no sentido romantizado, questiono mesmo em estar em presença no coração, orgão físico, feito de músculos, de sangue, de artérias, tão visceral… e tão imperador.
O nosso corpo é um portal desta auto descoberta sensorial. Relembra-nos todos os dias da importância de nos apaixonarmos pela nossa energia, que sim, é e quer-se sexual.
Os melhores limites são a nossa energia, que quando [orgasticamente] potencializada, não precisa ser verbalizada, permitindo que sejemos penetradas, literalmente e emblematicamente, apenas pelo que nos pertence.
Entregarmo-nos ao prazer é um ato de amor próprio. Quando nos tornamos Deusas do amor somos, naturalmente, Deusas do prazer.
Amorosamente 🔥
Sonia