Quando uma mulher beija um homem.

Aquele fim de tarde prometia. Um neptuno a desbravar o mar tranquilo com o céu a condizer.

O veleiro dançava as ondas suaves ao sabor da bossa nova que se ouvia na proa. 

Era tudo o que ela precisava, um cenário daqueles, digno de um AVC, entre pessoas lindas que transpiram vida. Uma separação não é fácil, mas não ter ninguém para amar, isso sim, é um tormento. E o mar calmo não condizia com aquele coração tempestuoso, e ela decidiu tirar esse dia de folga para o coração dela.

Dançou suavemente, e o coração acordou, sentiu um amor transbordante, por ela própria. Deixou-se acariciar amorosamente pela brisa do mar, e quiz mais daquilo na pele, mais daquele sabor na boca. Subiu no gaio e mergulhou no mar.

Ele, que tocava na festa, foi atrás, e saltou, para a salvar.

E, no fundo do oceano, ela beijou-o, para se salvar. 

Tomai, bebam tudo, lambam tudo, este é o cálice da vida.

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