Setembro tem sabor a recomeço.
(E como é bom sentir o sabor dos inícios)
Lembro-me que em criança o que me fazia sofrer menos, por antecipação, o fim das férias de Verão era a alegria de voltar para a escola.
Sim, eu era das que gostava muito de escola.
O que me entusiasmava mais no retorno em Setembro era a curiosidade do que eu iria aprender. Aprender sempre foi, e sempre será, um dos meus verbos preferidos. Sou mais aprendiz que professora, bem mais.
Claro que tinha a curiosidade de rever os amigos com quem não tinha partilhado o Verão, como eles estavam, o que tinham feito, … mas sobretudo quais seriam as disciplinas novas e quem seriam os professores. A disciplina de educação física tinha a importância maior. O maior desespero era quando no horário só havia EF 2 dias por semana. Os dias de EF eram os dias preferidos. Eu podia passar o dia todo no ginásio a fazer pinos, ou na pista lá fora a correr.
Somos muito direcionados para o intelecto e muito pouco para o físico. Muito pouco sabemos que no físico, e através dele, conectamo-nos com tudo o que esta para além dele.
Se não contradizermos o regime, tornamo-nos humanos em que o corpo é uma forma de transportar o cérebro de um lado para o outro.
Por vias do destino, por consciência própria, ou por obrigação dos pais 🙂 revolucionamos esta condição de reduzir a funcionalidade do corpo a um mero transporte neuronal. Sorte a nossa.
Estamos na terra. Somos seres terrestres. Não fazemos nada sem o corpo. Desmistificar a ideia que para ser “evoluído”, ou seja lá o que isso signifique, temos que nos dissociar do corpo. O nosso corpo é o meio, é o inicio e é o fim. Não existe supra consciência sem corpo, não existe espiritualidade sem corpo.
Até que venham outros planos vamos abusar com honra este corpo, porque estar nele com saúde e bem estar é tudo.
Nunca é tarde para começar. E hoje é sempre um bom dia para o fazer, seja Setembro ou ainda não.