Que sonhos moram em mim?
Que desejos vivem em mim, no íntimo, à espera de serem transcritos?
Tenho muitos desejos, muitas vontades, mas muito poucos sonhos. Uma ironia para um ser de lua como eu.
Nas minhas mentalizações, ultimamente, perco-me nas escolhas. Não sei bem do sonho que quero, dos que fazem voar, e isso deixa-me sem chão.
Os sonhos não são desejos. Eles não tem que gerar impulso para a ação. Um sonho só nos move emocionalmente, e, talvez por isso, dá medo. Eu até tenho um sonho, mas tenho medo dele. [deve ser mesmo bom]
Tenho desejos de ‘ser’ mais, ser melhor, ter mais amor, de ser mais amor. Desejo de ser próspera de mim e tornar-me numa experiência viva de “ser amor”. O desejo alia disciplina a acção de todos os dias: foco e persistência.
Mas e a disciplina dos sonhos, como é?
- Há que saber pedir.
- Há que saber esperar. Focar nas sementes, não na colheita, apreciar as estações, honrar os ciclos. Confiar em algo maior. Acreditar que o caminho é tornamo-nos naquilo que precisamos ser. Ser para ter.
A cena é simples e básica Ter um sonho é como ter uma mão cheia, de nadas, mas um coração cheio, que bate dentro do peito.
Sustentar esse coração, sem certezas, e transcender. Mergulhar em lugares tão profundos, descobrindo partes de nós que não encontramos em nenhum lugar comum.
Aguentar no coração todas as incertezas do mundo, e sustentar o sonho, sem saber se será nosso um dia.
Eu tive um sonho realizado. Com 14 anos, adolescente, sonhava sair de Portugal para viver em Londres, na cidade da música, do Rock e da ‘open mind’. Fui aos 29 anos.
Hoje, tenho outro sonho. [conto quando acontecer]
Londres fez-me mulher. Este me fará Rainha.